.: setembro 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

*E é só isto, hoje.

Perdi a conta ao tempo. Perdi a conta aos dias que já aqui não vinha. Na verdade, vim cá algumas vezes. Mas de todas as vezes que vim, nunca tive vontade de escrever. Ter "Aquela" vontade que nos faz dar pulos e mais pulos à imaginação e de escrever como se não houvesse amanhã. Nunca mais tive. Não sou pessoa de escrever só por escrever. De falar só por falar. Isso não. Sinto sempre aquilo que digo. Embora o contrário já não consiga fazê-lo, tantas vezes quantas eu gostaria, de dizer sempre aquilo que sinto. Às vezes deixo passar o momento. Aí entro na minha redoma. Tenho uma que é só minha e que às vezes só deixo entrar nela quem eu quero. Desta vez, senti dificuldade em escrever tudo o que se estava a passar À minha volta e dentro de mim. Foi um turbilhão de coisas. Um turbilhão de sensações. Um turbilhão de caminhos e de pessoas que se cruzaram no meu. E o mudaram para sempre. Tenho a sensação que vivi várias vidas nestes últimos tempos.

Fazendo uma retrospectiva ao meu primeiro semestre deste ano reparo que passei por várias sensações nestes últimos meses. Desde receber desilusões e bofetadas de pessoas que nunca pensaria que me fizessem sentir mal, e por outro lado, conheci uma nova felicidade. Senti dor como já há muito não sentia, desde que "perdi" o meu pai. E uma felicidade que desconhecia existir. Nunca tinha sentido uma felicidade assim. Não é a mesma felicidade que senti quando consegui pela primeira vez equilibrar-me na bicicleta e começar a dar as minhas primeiras voltas ou de quando me apaixonei pela primeira vez ou até mesmo quando entrei para a universidade. Não é dessas felicidades que aqui falo. Não é da felicidade que se sente e que se tem vontade de gritar, cantar e pular, ter tudo ao mesmo tempo. Esta que senti e que ainda hoje sinto, também me faz cantar e pular, mas esta seduz-me. Esta felicidade nova faz-me Ser. só Ser. É uma felicidade comigo própria. É a melhor sensação do mundo, depois de aprender a deixar entrar o ar outra vez.

Aprendi que faz parte. Aprendi que não é preciso colocar os muros tão altos para que ninguém nos magoe, porque isso faz parte. Aprendi que faz parte o "silêncio duro" nas amizades. Mesmo com aqueles que mais amamos. Aprendi a partilhar as coisas mais simples com as pessoas mais complicadas. Aprendi que faz parte partir algumas paredes para que nos façam perceber o quanto queremos viver, o quanto queremos amar e crescer. Aprendi a sorrir com os desconhecidos. E há estranhos que não são assim tão estranhos, que parece que nos conhecem de outras vidas. Aprendi.