Há coisas mesmo engraçadas, não há? Quantos de nós, quando eram crianças não brincaram àquele jogo "se fosses viver para uma ilha quais as três coisas mais importantes que levavas contigo?" E acontece que, anos depois, muitos anos depois, eu vou viver para uma ilha!
Isto não me saiu da cabeça a viagem toda. As voltas que a vida dá. Eram tantas e tantas as coisas e as imagens que me passaram pela cabeça... que dei por mim a fazer o filme da minha vida, imaginem só! Fiz tudo, imaginei a minha casa, a vista da minha varanda, a disposição das ruas, o sorriso das pesssoas, a cor do mar... Lembro-me de pouca coisa desde o momento em que embarquei, até ao momento em que acordei, num quarto de hotel, no dia seguinte. Tento recordar-me de mais pormenores, mas não consigo. A partir de determinado momento, a minha memória parou de registar fosse o que fosse, movida pelo cansaço. Só me lembro de acordar com o corpo cansado, sonolenta, e num pulo, levantar-me, abrir a janela e pensar: " Sim,é isto!". Eu não me lembro de ter saído do aeroporto, por exemplo. Nem me lembro se o momento de espera pela mala foi longo ou curto. Não sei se foi por já ser noite cerrada ou se pelo simples facto de ter vindo a viagem toda com a cabeça na lua. Quando, um destes dias, fui ao aeroporto, assustei-me por não ter reconhecido nem a porta de saída. Coitadita, como eu estava!
Depois fico a pensar que o Sr.Universo caprichou mesmo quando lhe pedi para me fazer feliz. Mas eu já tinha o brilho nos olhos. Já não me faltava mais nada. Já tinha a emoção na minha vida. Estava de novo apaixonada. Tinha de volta o meu melhor sorriso. Mas ele, voltou à carga. E guardo com muito carinho aquelas últimas semanas, dias, horas, minutos. Saboreei-os como se fossem os últimos. Vivi-os como se fossem os primeiros. Partilhei. Chorei. Abracei. Estava pronta para o desafio.
Agora esta é uma nova fase da minha vida. Sinto isso. No fundo, no fundo, eu já sabia que isto ia acontecer. Agora. Neste momento.
Sinto-me a nascer de novo. A dar os primeiros passos. A dizer as primeiras palavras. Os primeiros sons. Como se tivesse a respirar pela primeira vez. A nascer outra vez. Tudo de novo.
Os últimos dias trago-os cravados na memória. O pequeno-almoço. O Telefonema. Os Sorrisos. As Lágrimas. E Nós. Duas horas depois do nosso pequeno-almoço a minha vida mudou, assim, um dia que parecia ser como os outros, um dia feliz como todos tinham sido até então.
Daí que o telefone toca e.... Why Not? O meu balançómetro diz-me que estes primeiros 21 dias já valeram a pena. E esta está a ser uma grande experiência na minha vida. Estou a amar, amar de paixão!
Why Not?